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3ª edição dos Cinema Blogger Awards - 13 de Março de 2015

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A terceira edição dos Cinema Bloggers Awards irá decorrer no próximo dia 13 de Março no Auditório do Cineclube de Telheiras, onde serão anunciados os vencedores desta edição, assim como serão exibidas curtas-metragens e outras surpresas!

A apresentação estará a cargo do humorista Carlos Pereira.




Comemorações do centenário de nascimento do Arquitecto Agostinho Ricca (1915-2010)

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O arquitecto Agostinho Ricca (1915-2010) desenvolveu a sua actividade essencialmente no Porto ao longo de várias décadas. Este evento tem por objectivo primordial dar a conhecer a importância deste arquitecto na cultura do país, e em particular, do Porto. A modernidade da sua obra, bem como a sua escala, são uma lição e um património que não podem ser esquecidos (ex: Cinema Trindade, etc.)

Tendo sido a sua obra uma das mais marcantes e importantes no panorama cultural português, está em preparação a comemoração do centenário do seu nascimento neste ano.

Esta iniciativa conta, por enquanto, com os apoios da Câmara Municipal do Porto, da Ordem dos Arquitectos e da Reitoria Universidade do Porto. 
A comissão organizadora é constituída pelos arquitectos Helena Ricca, Helena Peixoto, Domingos Júnior, Cláudio Ricca e participação do arquitecto João Luís Marques. Com esta comissão colaborarão numerosos técnicos e artistas do país de reconhecido mérito.
A curadoria está a cargo do Professor Doutor Jacinto Rodrigues, professor catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto até 2009 e Doutor em História da Arte pela Universidade Nova de Lisboa. É autor de vários livros sobre urbanismo e arquitectura.

Este evento conta com a seguinte programação:


  • Agostinho Ricca 1915‐2015– Cerimónia de Apresentação das Comemorações do Centenário no Salão Nobre do Quartel de Santo Ovídeo, Praça da República, Porto – 8 de Maio às 18h30 (Mesa de apresentação do programa das Comemorações com presença das entidades apoiantes e conferência do Professor Doutor Jacinto Rodrigues); 
  • Agostinho Ricca ‐ Olhar a arquitectura ‐ Exposição colectiva de fotografia sobre a obra de Agostinho Ricca na Galeria Olga Santos – 15 de Maio a 30 de Junho (Edição de catálogo da exposição); 
  • Agostinho Ricca  ‐  História de um Projecto  ‐  Complexo Paroquial Nossa Senhora da Boavista, debate após “Passeio pelas igrejas portuenses da 2ª metade do séc.XX ‐arquitectura de serviço e acolhimento.“ 20 de Junho  às 21h30
  • Agostinho Ricca ‐ Arquitectura e Música– Mesa redonda, cerimónia de apresentação do selo e carimbo dos CTT no âmbito da colecção “Emissão Vultos da História e da Cultura” e Concerto no Museu Soares dos Reis – 9 de Julho às 18h30;
  • Agostinho Ricca ‐ O arquitecto na cidade no espaço virtual Second Life ‐ Promovido pelo Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais da Universidade Aberta – Com início a 1 de Outubro;
  • Agostinho Ricca ‐ Arquitectura e Lugar na Biblioteca Almeida Garrett – 15 de Outubro a 17 de Dezembro;
  • Agostinho Ricca ‐ Arquitectura e Desenho na Casa do Infante – 15 de Outubro a 17 de Dezembro (15 de Outubro – Mesa redonda na Biblioteca Almeida Garrett e lançamento do catálogo; Novembro – Mesa redonda na Casa do Infante e 17 de Dezembro – Mesa redonda na Biblioteca Almeida Garrett). 


Para mais informações sobre este evento, é favor visitar os seguintes links:

https://sites.google.com/site/centenariodoarqoagostinhoricca/home

https://www.facebook.com/centenarioagostinhoricca



Fonte:
https://sites.google.com/site/centenariodoarqoagostinhoricca/home

"Agostinho Ricca - Olhar a Arquitectura" - 15 Maio a 30 Junho 2015

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Amanhã, dia 15 de Maio, será inaugurada a Exposição "Agostinho Ricca - Olhar a Arquitectura", tendo como mote as obras deste arquitecto como inspiração para fotógrafos. A inauguração realizar-se-á pelas 21:30h na Olga Santos Galeria, sita na Praça da República, n.º 168, 1º frente, Porto.

Esta exposição colectiva de fotografia estará patente até 30 de Junho de segunda a sábado, das 14:00h às 19:00h, e insere-se nas comemorações do centenário do nascimento deste reputado arquitecto.

Se gosta de arquitectura, aliada à fotografia, visite esta exposição.







"Agostinho Ricca - História de um Projecto"

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No dia 20 de Junho (sábado), vai se realizar a actividade Agostinho Ricca - História de um Projecto, no âmbito das comemoração do centenário do seu nascimento.

Esta actividade é constituída por:

1- Um périplo pelas obras de arquitectura religiosa moderna no grande Porto que inclui a visita a duas igrejas que projectou - a do Complexo Paroquial de Nossa Senhora da Boavista (Porto) e a do Santuário de Santo António (Vale de Cambra). 
O conjunto das obras seleccionadas é um património diversificado. A expressão dos edifícios e a natureza dos programas espelham novos entendimentos sobre o lugar da igreja na cidade. São obras idealizadas por arquitectos formados nas Belas Artes do Porto que, com a obra sonhada e construída, conquistaram a modernidade para a arte ao serviço da Igreja. A visita às obras, cujo programa segue em anexo, realizar-se-á mediante inscrição prévia em:

2- No mesmo dia, às 21h30 decorrerá na igreja de Nossa Senhora da Boavista (Foco - Porto) a conferência "Serviço e Acolhimento - História de um projecto", dedicada à arquitectura religiosa moderna portuguesa com enfoque nas igrejas projectadas por Agostinho Ricca, em particular na igreja no parque residencial. São obras de excelência de um autor cujo percurso ímpar ressalta no panorama da renovação da arquitectura religiosa moderna realizada em Portugal na segunda metade do século XX.
A conferência será realizada pelos arquitectos investigadores João Alves da Cunha, doutorado pela FAUL (Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa), Helena Peixoto e João Luís Marques e doutorando na FAUP (Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto), com entrada livre sem inscrição prévia.

Mais informações em:
https://www.facebook.com/events/1443926225902738/





A descentralização das salas de cinema de Lisboa nas décadas de 20 e 30 do Séc. XX

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Entre o período que mediou as duas grandes guerras mundiais, assistiu-se ao considerável crescimento da cidade de Lisboa, lançando-se os alicerces de uma cidade moderna. O rápido crescimento da população na década de 1930, devido ao forte afluxo de pessoas vindo de outros locais do país, contribuiu para o desenvolvimento de bairros periféricos, que absorveram esses mesmos migrantes.

Com esta situação, a configuração da cidade foi se alterando, sendo que a função residencial do centro começou a ser substituída pelas actividades terciárias. O crescimento dos bairros periféricos acabou por contribuir para o aparecimento de salas de cinema nestes bairros.

A maioria destes cinemas foram surgindo gradualmente ao longo das décadas de 1920 e 1930, que se revelaram como um período de transição na evolução do conceito de sala de cinema, pois as mesmas individualizam-se em dois tipos fundamentais: cinemas de estreia e de bairros. Estes últimos estavam dispersos espacialmente e, como tinham bastante qualidade, foram retirando progressivamente espectadores aos primeiros.

Foi neste período que apareceram cinemas, como: o Cine Bélgica/Universal, Cine Esperança, Belém Cinema, Cinema Tivoli, Cine Tortoise/Campolide, Pathé Cinema/Imperial, etc.





Fontes:

- SALGUEIRO, Teresa B. Documentos para o Ensino: Dos Animatógrafos ao Cinebolso. 89 anos de cinemas em Lisboa. Finisterra, XX, 40 Lisboa, 1985, pp. 379-397.

- http://revelarlx.cm-lisboa.pt/gca/?id=146.

Belém Cinema - uma zona ligada ao cinema português

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Lisboa, mais concretamente a zona de Belém, encontra-se ligada ao cinema português, porque foi nesta zona que uma "fábrica de sonhos" foi instalada pela primeira vez no país. No ano de 1910, Belém foi o local escolhido para se construir o primeiro estúdio de ferro e vidro,como era tradicional na época em todo o mundo.
Para além da primazia na existência dum atelier de filmagens, Belém teve direito, anos mais tarde, a um animatógrafo.

Em Junho de 1925, na Rua Bartolomeu Dias, foi inaugurado o Cinema Belém, que teria sessões nocturnas às segundas e quintas-feiras, sábados e domingos.
O espaço era modesto (um pouco mais que um barracão), mas que tentava servir da melhor maneira possível a sua clientela bairrista.
Anos mais tarde, este recinto seria substituído por uma construção de pedra e cal, precisamente junto à fábrica de artigos de borracha "Repenicado & Bengala", que se designaria de Belém Cinema, espaço que se manteria em exploração até à década de 1950.
De acordo com o Arquivo Municipal de Lisboa, este recinto também foi um depósito de cereais, com destino à Suiça, durante o período da 2ª Guerra Mundial, tendo sido demolido em 1989/1990, por ocasião das obras para a construção do Centro Cultural de Belém.












Fonte:
RIBEIRO, Félix M. (1978) Os mais antigos cinemas de Lisboa 1896-1939. Cinemateca Nacional;
-  http://digitarq.dgarq.gov.pt/viewer?id=1012950;
-  http://arquivomunicipal2.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/PaginaDocumento.aspx?DocumentoID=275599&AplicacaoID=1&Pagina=1&Linha=1&Coluna=1
-  http://arquivomunicipal2.cm-lisboa.pt/x-arqweb/ContentPage.aspx?ID=9524e57e8d420001e240&Pos=1&Tipo=PCD;
- http://arquivomunicipal2.cm-lisboa.pt/x-arqweb/ContentPage.aspx?ID=9525ed7f8c420001e240&Pos=1&Tipo=PCD.

São João Cine: um real teatro no Porto

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Voltando à bela cidade do Porto, vou falar de um espaço que já foi cinema e que, mais tarde, assumiu a função de teatro. Estou a falar do São João Cine (atual Teatro Nacional São João), localizado na Praça da Batalha.

Qual a história por detrás deste espaço? O corregedor Francisco de Almada e Mendonça e um grupo de accionistas privados decidiram apostar na edificação de uma "bela escola de costumes e de civilidade". Assim, nasceu o Real Teatro de São João (assim apelidado homenageando o então Príncipe Regente, futuro D. João VI), construído sob a alçada do arquitecto e cenógrafo italiano Vincenzo Mazzoneschi e inaugurado em Maio de 1798.




Foi o edifício construído de raiz no Porto, exclusivamente destinado à apresentação de espectáculos. A planta deste teatro era em forma de ferradura. O tecto redondo foi pintado por Joaquim Rafael e em 1856, recebeu nova pintura de Paulo Pizzi. Tinha quatro ordens de camarotes, ficando na tribuna real na 2ª ordem. O átrio era amplo, os corredores eram largos e tinha boas escadarias. No pavimento da 2ª ordem de camarotes existia um fabuloso salão para concertos. O teatro possuía uma excelente acústica. Até 1838, a iluminação era feita por velas de sebo e, depois, de azeite.





Apesar de ter sido explorado, nem sempre pacificamente, por diversas companhias de teatro declamado e lírico, a actividade deste teatro ficaria vinculada ao universo da ópera italiana, que deteve o monopólio de representações na cidade até perto do final do século XIX. No entanto, seria destruído por um incêndio em Abril de 1908.







Em Outubro desse ano, foi lançado o concurso público para a sua reconstrução, do qual seria o vencedor o projeto de José Marques da Silva, considerado "o último arquitecto clássico e o primeiro arquitecto moderno do Porto". Apesar dos constrangimentos orçamentais, Marques da Silva conseguiu conjugar os valores de ostentação com os valores de eficácia, integrando com sucesso os aspectos puramente arquitectónicos e os construtivos. Foi utilizada uma nova técnica, com o uso da do betão na ossatura fundamental e as argamassas de cimento nos revestimentos. Na época, este teatro representava o compromisso entre a inovação técnica e a continuidade estilística de um gosto tradicional. O novo teatro seria inaugurado em Março de 1920.




 


 



Em 1932, e com a decadência da actividade teatral na cidade, este espaço passou a designar-se de São João Cine, dedicando a maior parte da sua programação a exibição cinematográfica. A empresa exploradora deste cinema foi a Agência Cinematográfica H. da Costa,Lda.






Em 1982, este espaço foi classificado como Imóvel de Interesse Público, sendo que dez anos depois, o Estado adquiriu o edifício à família Pinto da Costa. Depois de profundas obras de remodelação entre 1993 e 1995, da responsabilidade do arquitecto João Carreira, este imóvel passou a ser novamente um teatro, entrando em funcionamento regular com a designação de Teatro Nacional de São João.











Fontes:
- http://www.tnsj.pt/home/tnsj/index.php?intID=7&intSubID=10
- http://opsis.fl.ul.pt/Infographic/Index?SmallDescription=teatro%20s%C3%A3o%20jo%C3%A3o&pageIndex=5
- http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2013/10/teatro-nacional-sao-joao.html
- http://www.cinemasdoporto.com/cinemas_SJo%E3o.htm

ABCine vs. Hollywood - o cinema chega ao centro comercial

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O tecido urbano de Lisboa foi marcado, na década de 1960, pela renovação das construções nas Avenidas Novas. Sem se poder expandir e espartilhado pelos tecidos de malhas apertadas que ocupam as colinas, o centro lisboeta migrou para norte e, depois da tentativa falhada da Avenida de Roma ser uma alternativa à Baixa, a actividade terciária orientou-se para o Marquês de Pombal, indo desembocar nas Avenidas Novas. É nesta zona que vão se centrar um número diversificado de serviços, escritórios e comércio, como também aparecerão novas salas de cinema.

Os novos edifícios diferiam dos anteriores, porque eram mistos, combinando cinema, centro comercial, escritórios e habitação, permitindo uma maior economia de gestão. O aparecimento dessas salas de cinema abriu as portas para a redução dos cinemas de bairro, que estavam a perder concorrência para a televisão. O número de espectadores também estava a diminuir por causa da forte emigração e da Guerra de Ultramar, bem como a fixação de populações em áreas periféricas que ficavam longe do centro e dos bairros onde se situavam os cinemas mais antigos.

Na década de 1970, esta situação manteve-se e foram aparecendo salas de cinema mais pequenas, enquanto que os velhos cinemas de bairro sofreram de exploração deficitária, porque eram sobredimensionados, com instalações e equipamentos antiquados, enfrentando o encerramento. 

O ABCine abriu as portas em 1977, na Praça de Alvalade, nº 6, quando foi inaugurado o Centro Comercial Alvalade, que pertenceu à primeira geração de centros comerciais da capital, sendo considerado, na época, o maior da cidade.




Foi considerado uma coqueluche da capital na década de 1970 e 1980, porque conjugava o conceito inovador de juntar cinema, lojas e restauração. O centro comercial era composto por 82 lojas que ofereciam uma variedade de serviços, tornando-se num pólo de atracção no Bairro de Alvalade. O cinema teve um público fiel durante muito tempo, apesar de estar próximo do gigante vizinho Cinema Alvalade.
Devido ao facto de estar a perder público, a administração do centro comercial decidiu criar uma segunda sala de cinema, mudando a designação para Hollywood, por forma a rentabilizar o espaço e criar uma maior oferta aos visitantes.



Com o aparecimento dos grandes centros comerciais na década de 1990, assistiu-se ao encerramento de muitas lojas e dos cinemas neste centro comercial. Apesar de tudo, este vai resistindo ao tempo e foi alvo de renovação, reabrindo novamente com 27 novas lojas e um Pingo Doce em 2013...mas sem sala de cinema, como outrora.





FONTE:

- SALGUEIRO, Teresa B. Documentos para o Ensino: Dos Animatógrafos ao Cinebolso. 89 anos de cinemas em Lisboa. Finisterra, XX, 40 Lisboa, 1985, pp. 379-397;

- http://cinemaaoscopos.blogspot.pt/2010/01/abcine-1977-1992.html;

- http://ratocine.blogspot.pt/2010/08/os-cinemas-de-lisboa_08.html;

- http://xinho-omeublogue.blogspot.pt/2008_05_01_archive.html;



10º Aniversário!

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10 anos! 

Este pequeno projecto pessoal já tem uma década e merece uma comemoração! Foram dez anos, com alguns momentos de pausa, onde foram relembradas memórias de salas de cinemas que marcaram a vida  de várias gerações de portugueses. 
O trabalho de pesquisa feito para este blogue foi intenso, com a ajuda de diversas fontes (em papel e digital) que foram essenciais para a construção deste blogue.

No entanto, este projecto está longe de acabar...existem tantos cinemas por esse país fora que merecem ser recordados e conhecidos. Este blogue pretende chegar a todas gerações, desde as mais antigas até às mais jovens, através da história por detrás dos edificios.

Este blogue agradece as visitas que tem tido ao longo destes 10 anos e espera que venham muitas mais nos próximos anos! Sim... porque esta viagem no tempo irá continuar, enquanto houver memórias perdidas à espera de ser contadas.

Viva a todos os cinemas do paraíso!

Cinema Charlot: mais uma sala "comercial"

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A cidade do Porto também foi apetrechada de salas de cinema, que foram marcantes ao longo dos últimos 40 anos.


Uma dessas salas situava-se no primeiro centro comercial inaugurado em Portugal, e em toda a Península Ibérica, em 1976...o Shopping Center Brasília, na Praça Mouzinho de Albuquerque (ou Rotunda da Boavista). O espaço designava-se de Cinema Charlot e tornou-se numa referência entre os cinéfilos portuenses. 
A sala foi considerada muito moderna para a época, porque tinha capacidade de acolher mais de 400 espectadores, para além de ter assentos confortáveis e dois camarotes. Exibia filmes de estreia, tal como acontece actualmente.



Contudo, e como o tempo não perdoa, novas superfícies foram aparecendo, fazendo com que o Shopping Brasília fosse passando de moda, arrastando consigo o referido cinema, que foi perdendo audiência. Consequentemente, fechou as portas em 2001.
Em 2006, reabriu por causa da exposição sobre a comemoração dos 30 anos do centro comercial, mas foi por um breve período de tempo.

Desde então, têm existido propostas de compra do espaço, mas nenhuma que se tenha concretizado, conforme informação da Agência IMB, empresa que construíu o centro comercial e que é dona do antigo cinema.

Mais informações sobre este cinema são bem-vindas.


Fonte:
http://www.cinemasdoporto.com/cinemas_Charlot.htm
http://www.porto24.pt/cultura/salas-vazias-de-cinema-e-futuro/
https://jpn.up.pt/2013/05/19/porto-ha-salas-de-cinema-fechadas-ha-mais-de-20-anos/

Cinemas do Paraíso: Beja

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Olá, caros cinéfilos!

Hoje vou viajar até ao Alentejo (por influência de uma pessoa muito especial para mim), mais concretamente a Beja.

Esta cidade, capital da região do Baixo Alentejo, cuja antiga designação (na época de dominio romano) foi Pax Julia, também se cruzou com essa maravilhosa arte que é o cinema.

A Sociedade Filarmónica Capricho Bejense, localizada na Rua da Moeda, nº 10,  foi fundada a 15 de julho de 1916, com o objetivo social de manter uma banda filarmónica e uma acção cultural e recreativa. Ao longo de 101 anos de existência, esta entidade permitiu que os bejenses pudessem ver uma peça de teatro, televisão, concertos musicais, leitura de livros e, claro, assistir a uma sessão de cinema. A informação que eu tenho é que no 1º andar desta sociedade ocorriam as referidas sessões de cinema, devido ao encerramento do Cine-Teatro Pax Julia na década de 1990, pelo que esta entidade figura neste post.


Outro espaço emblemático de Beja que fez chegar o cinema aos seus habitantes foi o Pax Júlia - Teatro Municipal de Beja, localizado no Largo de São João. A importância histórica deste espaço é indiscutível, visto que, durante décadas, recebeu muitas manifestações culturais. Em meados do Séc. XIX, existia uma intensa actividade cultural em Beja, que requeriam instalações adequadas para o efeito. Assim, e por forma a receber condignamente artistas de renome, um grupo de ilustres habitantes criou a Sociedade Teatral Bejense, que haveria de angariar fundos e levar a cabo a construção de um teatro em 1866.
Contudo, e devido à falta de fundos durante largos anos, só em Dezembro de 1928 é que o espaço foi inaugurado, com a designação Teatro Pax Júlia. A lotação deste teatro era de 400 lugares de plateia, 22 frisas com 5 lugares cada uma, 18 camarotes com 5 lugares cada um, 83 fauteilles (cadeiras) de balcão e 300 lugares de geral, perfazendo o total de 980 lugares. Na inauguração, a Companhia Dramática de Ilda Stichini apresentou as peças "Simone", "O Centenário" e "Os Mosquitos", com os actores Luz Veloso, Rafael Marques, Gil Ferreira, Luiz Filipe, entre outros.




No entanto, este espaço tornou-se obsoleto e precisava de ser encerrado, de modo a sofrer obras profundas de remodelação. Mas, mais uma vez, a falta de dinheiro, dificultou o avanço das obras, mas a Sociedade Teatral Bejense conseguiu solucionar o problema. Foram feitos alguns melhoramentos ao edificio, que reabriu em 1952 com a designação de Cine-Teatro Pax Julia. 
Nesta 2ª fase, o espaço continuava com a lógica de apresentação de sessões de cinema e, mais esporádicamente, de espectáculos teatrais e musicais com figuras consagradas, como Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro. Depois do 25 de Abril de 1974, o Pax Julia foi vendido à empresa Lusomundo que programava, essencialmente, cinema. Por vezes, a sala era cedida para apresentação de outros espectáculos. Na década de 1980, actuaram vários artistas famosos neste espaço, como Rui Veloso, Herman José, Grupo Trigo Limpo, entre outros. Em 1990, viria a fechar portas durante mais de uma década, onde foi votado ao abandono.



Em 2005, a Câmara Municipal de Beja comprou este espaço à Lusomundo, tendo sido efetuadas obras de melhoramento e a construção de novas valências. A 17 de Junho do mesmo ano, o Pax Julia foi reinaugurado como Pax Júlia - Teatro Municipal de Beja. 



Nesta nova reincarnação, que se estende até à actualidade, a constituição deste espaço resume-se a um largo auditório, dividido em plateia e balcão, com a lotação de 622 lugares.



A Sala Estúdio é um espaço multidisciplinar, que complementa o auditório, onde os 150lugares disponíveis possibilitam a realização de espectáculos de média dimensão.


A cafetaria que cria um ambiente propício a espectáculos mais pequenos, para além de ponto de encontro para o público.


O foyer é um local de acolhimento, amplo e luminoso, que favorece a tertúlia num ambiente acolhedor, bem como recebe exposições frequentemente.



Por fim, vem o Cinema Melius, localizado na Avenida Fialho de Almeida, e que está incluido no hotel com o mesmo nome. Este espaço de 218 lugares foi inaugurado em 1995 e, ao contrário da tendência de muitas salas de cinema, o seu número de espectadores tem vindo a crescer nos últimos anos, graças à constante modernização feita no mesmo. Os donos desta sala seguiram umcaminho que começou pelo tradicional 2D, passando pelo digital e, mais tarde pelo 3D e IMAX.







Fontes:
- https://issuu.com/camaramunicipaldebeja/docs/boletim_agosto_2016
- https://www.igogo.pt/sociedade-filarmonica-capricho-bejense/
- http://www.cm-beja.pt/viewcidade.do2?numero=2023
- http://www.cm-beja.pt/viewcidade.do2?numero=1923
- http://cinemaaoscopos.blogspot.pt/2015/12/melius-beja.html

Odeon: uma nova habitação de luxo

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Depois de uma viagem pelo Alentejo, regresso à minha capital, Lisboa. Desta vez, irei relatar a história de um cinema, outrora grandioso, mas que atualmente era um edificio em definhamento total (tal como o malfadado Paris). Estou a falar do Odeon, localizado nas traseiras do antigo cinema Condes (hoje Hard Rock Café).

As crescentes exigências relativamente à segurança e o conforto do público, aliadas aos novos requisitos técnicos que o cinema sonoro necessitava, influenciaram a modernização de antigas salas. O novo regulamento dos teatros, publicado em 1927, impôs um conjunto de regras obrigatórias que refletia a sistematização progressiva da noção de "espectáculo cinematográfico" e os novos procedimentos que as salas deveriam adoptar. A partir daqui, eram exigidas licenças de funcionamento após a aprovação dos projectos e das respectivas vistorias. Também era obrigatório o registo prévio do exercicio da actividade e a existência de uma autorização, sob a forma de "visto", para a realização de cada espectáculo.
Também começaram a existir normas específicas que levaram à alteração drástica da organização interior das salas. O imperativo do espaçamento entre cadeiras, de pelo menos 30 centrímetros; a obrigatoriedade de existir uma coxia central na plateia e nos balcões e a imposição de serem também introduzidas coxias laterais, com uma largura mínima de 70 centrímetros, para não falar da largura obrigatória para as escadas de acesso e das medidas que deveriam ser tomadas reltivamente à iluminação suplementar e bocas-de-incêndio, eram normas que iriam dificultar a continuidade da grande maioria dos recintos. Assim, estes postulados levaram à modernização das salas, bem como seriam empregues nos novos cinemas construídos de raiz.

No local exacto da Drogaria Ferreira, importante estabelecimento fundado em 1755, após o terramento que destruíu metade de Lisboa, entre a Rua dos Condes e a Rua de Santo Antão, foi edificado o Cinema Odeón, que era para se chamar Cinema Iberia.



Para a sua construção, foi constituída uma empresa denominada Parisiana Limitada, com os sócios Anastácio Fernandes, proprietário da referida drogaria, Augusto Correia de Barros, antigo dono da drogaria, mas proprietário do terreno, Dr. Eduardo Fonseca, médico oftalmologista, e o pintor Matoso da Fonseca, que seria o futuro director-gerente do cinema.
Após quatro anos de construção laboriosa, ocinema foi inaugurado a 19 de setembro de 1927. Estiveram presente no evento entidades oficiais, imprensa, elementos das relações da empresa, entre outros.



Havendo, oportunamente, firmado contrato com a Metro-Goldwyn Mayer, este cinema abriu as portas ao público dois dias depois. O filme de estreia foi "A Viúva Alegre", de Eric von Stroheim, com Mai Murray e John Gilbert, e que René Bohet, o director da orquestra privativa, sublinhou musicalmente com segurança e o brilho a que viria a habituar o público.


Até ao inicio da epóca de 1929-1930, o cinema foi gerido pela sua empresa proprietária. Contudo, uma nova empresa viria a gerir o mesmo: Salm, Levy Junior & Companhia. Esta empresa geria a Companhia Cinematográfica em Portugal, pioneira da distribuição cinematográfica no país e orientada pelo cinematografista Salomão Levy Jr. Depois da passagem de René Bohet para o Teatro São Luiz, onde seria o responsável pela sua orquestra, seria anunciado que Juan Fabre seria o novo director da orquestra do Odeón.
Em 1937, a exploração deste cinema seria detida por Vicente Alcântara que, como J. Castello Lopes e outros, iniciara a sua actividade no cinema como empregado da Companhia Cinematográfica de Portugal. Ele iria gerir este cinema durante muitos anos, como também os cinemas Palácio e Royal.
Os preços dos bilhetes eram por volta de 1930: camarotes de balcão, 20 escudos; camarotes de 1ª ordem, 20 escudos; camarotes de 1ª ordem, lado: 15 escudos; maples, 8 escudos; 1º balcão, 1ª fila, 6,50 escudos; outras filas, 6 escudos; 2º balcão, 1ª fila, 4 escudos, outras filas, 3,50 escudos.

O  autor do projecto deste cinema foi o construtor Guilherme A.Soares. A capacidade era de 691 espectadores, distribuidos pela plateia, dois balcões e camarotes, sendo um deles suspenso.






O conjunto da sala de espectáculos era formado por um tecto em forma de quilha de um navio, em madeira de "pau brasil",e que se encontra intacto até hoje, depois de anos de abandono; pelo lustre alemão de néons gigantes; pelo luxuriante palco com moldura e frontão em relevo Art Deco; pela complexa teia do palco, com o seu pano de ferro; e pela série de camarotes, galerias e balcões em andares, compondo um exemplar único, o último existente em Portugal.



Pela tela deste cinema passaram clássicos do cinema mudo e sonoro,a preto e branco ou a cores, de Fritz Lang a Tod Browning, passando por George Cukor e Frank Capra.Pelo seu palco passaram inúmeros artistas como Laura Alves, Lola Flores, Hermínia Silva, entre outros.



Até António de Oliveira Salazar, Presidente do Conselho entre 1933 e 1968, tinha um camarote cativo neste cinema, até 1970.




Na década de 1960, e por uma questão estratégica de mercado, dedicou-se à projecção de filmes espanhóis e mexicanos, garantindo o seu sucesso comercial ao preencher um nicho de mercado de aficionados espectadores.
Na segunda metade da década de 1980, este cinema iria exibir filmes pornográficos, até que encerrou definitivamente em 1993.



Durante vinte e cinco anos, este cinema foi definhando por dentro e por fora, tal como o Cinema Paris. A luta pela sua preservação foi encetada por Paulo Ferrero, líder e fundador do fórum "Cidadania LX", que tem sido encansável na defesa do património lisboeta. Foi ele que iniciou o processo de classificação deste edificio no IGESPAR, entre 2005 e 2009, tendo o pedido sido revogado em 2010, acabando com o processo.














No entanto, a Câmara Municipal de Lisboa e a Direcção-Geral do Património já decidiram o futuro deste cinema, que vai ser reconvertido em restaurante e dez apartamento de luxo, com estacionamento subterrâneo robotizado, num total de 2750 metros quadrados. O projecto é promovido pela imobilária Odeon Properties, que comprara o edificio em 2016. Este projecto será da autoria do Arq.º Samuel Torres de Carvalho, conhecido pelos hóteis Memmo em Alfama e no Príncipe Real. As obras irão começar em julho, conforme previsão de Julien Dufour, um dos sócios da Odeon Properties, e com data prevista de término em 2020.



Fontes:

- RIBEIRO, M. Félix, Os mais antigos cinemas de Lisboa, 1896-1939. Lisboa, Instituto Português de Cinema/Cinemateca Nacional, 1978

ACCIAIUOLI, Margarida, Os Cinemas de Lisboa – Um fenómeno urbano do século XX, Lisboa, Editorial Bizâncio, 2012

- https://restosdecoleccao.blogspot.pt/2013/02/cinema-odeon.html

- https://observador.pt/2018/04/23/habitacao-de-luxo-e-restaurante-futuro-do-cinema-odeon-comeca-em-junho/


Imagens:
https://restosdecoleccao.blogspot.pt/2013/02/cinema-odeon.html

http://ruinarte.blogspot.pt/2016/10/o-cine-teatro-odeon-lisboa.html

- https://observador.pt/2018/04/23/habitacao-de-luxo-e-restaurante-futuro-do-cinema-odeon-comeca-em-junho/

Estúdio Foco - mais um cinema abandonado

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De regresso à Invicta e aos seus cinemas do passado. Desta vez vou escrever sobre o Estúdio Foco, localizado na Rua Afonso Lopes Vieira, n.º 54, inserido no Parque Residencial da Boavista.

Este cinema, com caracteristicas de sala estúdio, por ter capacidade para somente 428 pessoas, foi inaugurada em 1973. 
Embora tendo menos espaço, o conforto era imenso. As cadeiras eram do tipo mecânico, que baixavam de acordo com o peso de cada espectador.


A sala estava equipada com projectores Phillips de 35 e 70mm, que ainda se encontram dentro do malfadado cinema atualmente.
O tecto da sala com acústica propria, foi estudada para melhorar o comportamento sonoro e o revestimento era absorvente. As paredes de madeira faziam uma caixa de ressonância com o betão das paredes exteriores. 


Para além da sala em si, foram previstos camarins e um escritório. A entrada no cinema era feita por um amplo foyer.
Passava filmes mais selectos, tendo Lauro António sido o director de programação deste cinema, o que contribuiu para o seu sucesso. Na década de 1990, e com o encerramento de vários cinemas no Porto, o Estúdio Foco manteve-se aberto até 1993.

Atualmente, encontra-se encerrado e abandonado, mantendo a plateia e o equipamento, que se encontram em muito mau estado devido à humidade.



Fontes: 

ALECRIM, Inês Sofia Teixeira Sousa, O Grande Parque Residencial da Boavista 1962-1973, Dissertação de Mestrado, FAUP, Porto 2013-2014

- http://cinemaaoscopos.blogspot.com/2013/04/estudio-foco-porto.html

- https://jpn.up.pt/2013/05/19/porto-ha-salas-de-cinema-fechadas-ha-mais-de-20-anos/


Cinemas do Paraíso: Cascais

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A viagem pelas memórias cinematográficas deste país continua e, desta vez, faz paragem em Cascais, bem perto de Lisboa.

Em 1867, a Familia Real instalou-se sazonalmente nesta vila, transformando-a na capital do lazer em Portugal. Neste seguimento, surgiria, em 1869, o primeiro teatro, Gil Vicente, impondo-se como um dos mais emblemáticos espaços sociais deste Concelho. Esta vila está associada ao surgimento do cinema em Portugal, tendo sido gravado na Boca do Inferno o primeiro filme português em 1896. Desde então, Cascais afirmou-se como um dos locais mais importantes para a história do Teatro e Cinema em Portugal.


A viagem começa na curva da Av. D. Carlos I, sobre os escombros do Palácio dos Marqueses de Cascais, onde existiu um animatógrafo designado Baluarte Terrasse. Datado de 1911, este animatógrafo surgiu num período marcado pela promoção do cinema à escala nacional. Para além dos mais belos e maravilhosos filmes, exibidos em sessões diárias, às 21:00h e 22:30h, matinés aos domingos e em espectáculos de elite, também era possível desfrutar de belissimos terrasses. No entanto, neste local foi edificado em 1920 a Casa dos Condes de Monte Real, com projecto do Arqt.º Guilherme Gomes.






Em 1958, um novo cinema iria surgir nesta vila. Mandado construir por José Afonso Vilar Júnior, e projetado por Joaquim Ferreira, o Cineteatro São José foi integrado no Plano de Urbanização da Costa do Sol. Era constituído por plateia, primeiro e segundo balcão, dispondo de uma lotação para 998 espectadores, possibilitando que os habitantes de Cascais pudessem assistir aos grandes sucessos cinematográficos nas duas décadas seguintes. Possuía uma expressão marcadamente horizontal, com galeria térrea aberta e fachadas sem elementos decorativos.
Este edificio afirmou-se na malha urbana como um volume isolado, solto no ambiente arborizado do Jardim Visconde da Luz. Na década de 1980, foi adaptado para outros fins, sob a égide do Arqt.º Gil Graça, perdendo as caracteristicas arquitectónicas que o caracterizavam, devido à introdução do enorme envidraçado que passou a revestir integralmente a sua fachada principal. Atualmente, funciona como uma sucursal da Caixa Geral de Depósitos.











Em Setembro de 1973, foi inaugurado o 17º estabelecimento do Pão de Açúcar em Portugal, junto à Estrada Marginal e à Linha Ferroviária. A sua inauguração foi um enorme acontecimento na altura, com centenas de pessoas a aglomerarem-se  junto à entrada do estabelecimento.
Para além de todas as secções comuns a todas as lojas, este estabelecimento possuía um pronto-a-vestir, sapataria, balcões de óptica e cosmética, fotografia, artigos de campismo e desporto, acessórios de automóveis, bicicletas, electrodomésticos, roupa de casa, mobiliário, snack-bar e, claro, um cinema, de seu nome Miramar, constituido por duas salas de cinema que, na época, foram consideradas as mais modernas do país. Contudo, a abertura de novos centros comerciais fez com que perdessem público e encerrassem, durante o processo de conversão do Pão de Açúcar para Jumbo.





Também é importante referir a existência do Cinema Oxford (antigo Cine Académico), localizado na Av. 25 de Abril, n.º 25, que foi inaugurado em 1975. Durante duas décadas, foi um dos melhores e mais carismáticos cinemas desta vila, tendo encerrado na década de 1990. Funcionou como um centro de ajuda espiritual pertencente à IURD.
Quem tiver mais informações sobre este cinema, por favor partilhe com este blogue.



Antes do Cascais Shopping, existiu um cinema num centro comercial bem mais pequeno e modesto, localizado na Av. Gaspar Corte Real, n.º 198, no Bairro do Rosário. Esse cinema, também pequeno como o centro comercial chamava-se Riyadh e tinha uma afluência bastante razoável por parte do público, até ao aparecimento de novas salas em grandes superficies comerciais. O próprio centro comercial foi perdendo público, o que ditou o encerramento deste cinema, que ainda exibiu filmes pornográficos durante algum tempo. Atualmente funciona como ginásio.



Na Estrada Nacional n.º 7, localiza-se o Cascais Shopping, inaugurado a 15 de Maio de 1991, tendo sido considerado, depois do C.C. Amoreiras, a segunda superficie comercial de grandes dimensões a ser inaugurada na área metropolitana de Lisboa. Possui oito salas de cinema, exploradas pela NOS Lusomundo, entre as quais a sala IMAX.





Por fim, é importante falar do Cinema da Villa, localizado no Cascais Villa Shopping Center na Av. D. Pedro I. Até 2013, as cinco salas de cinema existentes neste espaço foram exploradas pela empresa Castello Branco. Contudo, o seu encerramento ocorreu após ter sido cortada a electricidade, por falta de pagamento por parte da Socorama Castello-Lopes, que nesse ano pediu a insolvência, alegando dívidas acumuladas no valor de 12 milhões de euros. A programação deste novo cinema divide-se pelo cinema de blockbusters, bem como pelo cinema independente e alternativo.







Fontes:

http://cinemaaoscopos.blogspot.com/2014/05/sao-jose-cascais.html
http://cinemaaoscopos.blogspot.com/2014/05/riyadh-cascais.html
- http://cinemaaoscopos.blogspot.com/2014/04/pao-de-acucar-cascais.html~
- http://cinemaaoscopos.blogspot.com/2014/04/cascais-villa-cascais.html
- http://cinemaaoscopos.blogspot.com/2014/04/cascais-shopping-cascais.html
- https://www.cascais.pt/sites/default/files/anexos/gerais/new/2016_patrimonio_rota_dos_teatros_0.pdf
- https://biblioteca.cascais.pt/bibliotecadigital/dg26/DG26_item1/DG26_PDF/DG26_PDF_24-C-R0150/DG26_0000_Obracompleta_t24-C-R0150.pdf
- https://www.facebook.com/RealVilladeCascaes/photos/c-1960'-cine-teatro-s/495307600511097/
- http://industriacuf.blogspot.com/2017/09/os-44-anos-do-hipermercado-pao-de.html
- https://jugular.blogs.sapo.pt/3683064.html
- https://visitcascais.com/pt/resource/o-cinema-da-villa
- https://arquivodigital.cascais.pt/xarqweb/Result.aspx?id=88926&type=PCD#&gid=1&pid=1
- https://arquivodigital.cascais.pt/xarqweb/SearchResults.aspx?search=CINEMAS&type=PCD&mode=1&page=1&submode=0&useaut=0&useesp=0&usemef=0&dig=true#&gid=1&pid=1
- https://www.publico.pt/2015/08/20/local/noticia/cascais-ganha-cinema-de-bairro-em-salas-fechadas-pela-crise-1705450

Cinebolso vs. Quinteto - cinema "hardcore" ou "eclético"?

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De regresso à capital Lisboa, vou falar sobre um cinema infâme que, por pouco tempo, transformou-se num local eclético para se ver cinema. Mas por pouco tempo...

A década de 1960 trouxe a Lisboa a construção de novas salas de cinema, inseridas em edificios mistos, combinando cinema, centro comercial, escritórios e habitação, que permitia uma economia de gestão acentuada. Abria-se assim a porta para o aparecimento de diversos cinemas de "garagem", em detrimento dos tradicionais cinemas de bairro que começavam a acusar a concorrência televisiva. Para além da televisão, a diminuição de público cinematográfico deveu-se à forte emigração e a Guerra de Ultramar, bem como à fixação das populações em áreas periféricas da cidade, cada vez mais afastadas do centro e dos bairros onde se localizavam os cinemas mais antigos.
Embora fossem aparecendo mais salas de cinema, de dimensões pequenas, o número de espectadores não aumentou até 1974. Com a conquista da liberdade a 25 de Abril, o cinema viu-se livre de restrições e da censura, com a projecção integral de filmes e a descoberta de novas cinematografias de origens diversas. O interesse pelo cinema foi renovado devido à melhoria do poder de compra dos lisboetas, justificando o aumento do número de espectadores em 1975.

Neste seguimento de acontecimentos, foi inaugurado no dia 8 de Março de 1975 um pequeno cinema, localizado na Rua Actor Taborda, n.º 27 B, com a designação de Cinebolso


O filme inaugural foi "A Salamandra" de Alain Tanner, pretendendo-se conjugar uma programação cuidada com o conforto que se começava a exigir neste tipo de espaços.


Conforme o anúncio do Diário de Lisboa da referida data, os lugares não eram marcados, excepto nas sessões da noite. Os bilhetes para cada sessão eram vendidos com trinta minutos de antecedência, com excepção das sessões da noites, cujos bilhetes poderiam ser vendidos a partir das 12:00h para o próprio dia ou seguintes. Eram exibidas comédias diariamente (12:30h) e aos sábados (10:30h e 12:30h). Aos domingos eram exibidos filmes para crianças (10:30h e 12:15h). Os filmes eram exibidos sem intervalos.
Até ao final da década de 1970, a sua programação foi interessante, com a exibição de filmes como "Joe Hill", "Belle de Jour", entre outros. Para além da sala de cinema, este espaço também continha um snack-bar.


Contudo, este cinema virou-se para a exibição de pornografia em pouco tempo. Filmes como "Investigações Sexuais" e "1001 Noites Eróticas" eram exibidos em detrimento de filmes mais ecléticos e comerciais. Consequência da recém liberdade conquistada.


No entanto, por volta de 1982, Pedro Bandeira Freire, famoso proprietário do Cinema Quarteto, comprou este espaço com direito a obras. Foi rebaptizado de Quinteto, continuando com a programação criteriosa, que tornara o Quarteto num caso ímpar na exibição cinematográfica lisboeta.
Um dos filmes mais famosos que estrearam neste novo cinema foi o "Blade Runner" de Ridley Scott, a 25 de fevereiro de 1983.



E muitos mais filmes de grande qualidade foram exibidos neste cinema, como "O Regresso de Jedi" e "Gremlins".

Contudo, esta breve reconversão não resultou e, por volta de 1985, este espaço voltava a ser o Cinebolso, exibindo filmes "hardcore"... até hoje. Infelizmente, este cinema tornou-se num local de cruising bastante afamado, confirmado por relatos de pessoas que assistiram a encontros sexuais em plena sala de exibição. As sessões são contínuas e o bilhete é comprado numa máquina, à semelhança do que se passa nas estações de metro. Os tempos do snack-bar já lá vão e não regressam. 

Diz-se que atualmente este cinema encontra-se encerrado... não deixa saudades... ou talvez não.



Fontes:

ACCIAIUOLI, Margarida, Os Cinemas de Lisboa – Um fenómeno urbano do século XX, Lisboa, Editorial Bizâncio, 2012. pp
- SALGUEIRO, Teresa B. Documentos para o Ensino: Dos Animatógrafos ao Cinebolso. 89 anos de cinema em Lisboa. Finisterra, XX, 40 Lisboa, 1985. pp. 379-397
- http://ratocine.blogspot.com/2012/07/cinebolso-o-fascinio-perdido-do-cinema.html
http://arquivomunicipal2.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=2331211&Mode=M&Linha=1&Coluna=1
- http://wwwdejanito.blogspot.com/2013/08/cinemas-de-lisboa-5.html?zx=284a0ff4953cc114
- http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06822.172.27125#!6
- http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06839.189.29579#!19


O primeiro video do canal do Youtube "Cinemas do Paraíso"

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O Blogue "Cinemas do Paraíso" já tem um canal de Youtube!

Já foram publicados doís videos, em português e inglês sobre o primeiro animatógrafo a transmitir cinema em Portugal: o Real Colyseu de Lisboa.

Espero que gostem dos videos. Cliquem e comentem!





Julio Deniz - cinema dançante

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O regresso à cidade do Porto faz-se com a história de um cinema que se transformou num salão dançante. Falo do Cine-Teatro Júlio Deniz, rebaptizado de Danceteria Júlio Diniz, localizado na Rua de Costa Cabral, entre 317 e 335 e Rua do Lindo Vale.

Na década de 1940, surgiram na cidade do Porto salas de cinema robustas, autênticos monumentos arquitectónicos, que faziam jus à escala da Sétima Arte, como o Coliseu do Porto, o Cinema Vale Formoso e o Cinema Batalha. Foi considerado o período dos "cinemas templos". Na senda destas grandes construções, foi inaugurado em 1943, o Cinema Júlio Deniz (na época, uma das maiores salas da cidade), constituído por plateia e balcão.





Este cinema pretendeu ser modernista, com especial ênfase na torre da fachada principal, no intuito de se impor no contexto urbano (a Rua de Costa Cabral é uma artéria de expansão da cidade com linearidade de cérceas). Por este motivo, sempre foi considerado um “cinema de bairro”, que procurava atender às populações da periferia. O seu carácter modesto e formas desproporcionadas impediram que tivesse um valor arquitectónico relevante. A edificação conforma-se dentro de um lote urbano regular de duas frentes. 

O autor deste projecto, o Mestre Manuel da Silva Passos Júnior, pretendeu edificar um cinema que não impedisse o trânsito e que não provocasse aglomerações à sua porta. Por isso, dividiu a planta em duas partes distintas: a primeira destinada ao público em geral, que tinha acesso pela Rua do Lindo Vale, com serviços independentes; a segunda entrada era feita pela Rua Costa Cabral, reservada para o público da restante plateia e do balcão.
A entrada principal deste lado foi projectada, de modo a permitir a compra de bilhetes num local abrigado, já dentro do edifício, sem obstruir o passeio e, portanto, o trânsito.


Era propriedade da empresa Rocha Brito e VigoçoAo longo da sua existência, oferecia programações alternativas às salas principais da cidade, onde se efectuavam as grandes estreias.
Após 25 de abril de 1974, começou a exibir filmes pornográficos por causa da falta de espectadores.

Actualmente, este espaço funciona como sala de espectáculos de variedades, com matinés dançantes às 3ª e 5ª feiras. Retiraram-se as cadeiras das filas da frente para a instalação da pista de dança e abriu-se um vão lateral, proporcionando uma relação mais franca com o bar. O pequeno palco é suficiente para albergar uma banda reduzida, mantendo-se os restantes elementos. A reabilitação fez-se mais ao nível da instalação de uma nova função compatível, do que propriamente na recuperação da imagem integral do edifício.




Tem recebido nos últimos anos o Festival DDD - Dias da Dança.




Fontes:

- CALOR, Inês Alhandra, Reabilitação de Cinemas Modernistas - Caracterização do Contexto Urbano Ibérico, Relatório de Estágio, Câmara Municipal do Porto, Porto 2003-2004
FERREIRA, Tiago Resende Araújo, A Sala de Cinema, Dissertação de Mestrado,ESMAE, Porto 2013-2014
- https://ruasdoporto.blogspot.com/2012/10/o-porto-e-os-cinemas.html
- https://www.publico.pt/2005/08/15/jornal/combater-a-solidao-num-antigo-cinema-34761
. http://cinemaaoscopos.blogspot.com/2013/01/julio-deniz-porto.html
- https://www.timeout.pt/porto/pt/atraccoes/julio-deniz
- https://digitarq.cpf.arquivos.pt/viewer?id=1178484
- https://digitarq.cpf.arquivos.pt/viewer?id=1178485
- https://digitarq.cpf.arquivos.pt/viewer?id=1178486

Cinemas do Paraíso: Amadora - Recreios da Amadora

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Depois da visita a Norte pela cidade do Porto, retorno à zona de Lisboa, mais concretamente ao Concelho de Amadora, onde existiram (e ainda existem) espaços dedicados à mui nobre arte da exibição de filmes.

Hoje, vou começar pelo espaço mais antigo de todos: os Recreios da Amadora, localizado na Av.ª Santos Mattos, 2  na Venteira. A sua história começa com a fixação de atividade industrial na Amadora (acompanhando assim a sua expansão urbanística), com destaque para a "Fábrica de Espartilhos Santos Mattos & Cª", inaugurada em 1895, que empregava mão-de-obra local, instituindo-se como a principal unidade fabril da zona, com grande impacto social.

Assim nasceu a "Sociedade Recreios Desportivos da Amadora", constituída em 1912 por iniciativa do proprietário da referida fábrica, José Santos Mattos e de Antóno Rodrigues Correia. Numa primeira fase, a sua intenção era gerir os equipamentos desportivos anexos á fábrica, designadamente um campo de ténis e um ringue de patinagem. Contudo, o sucesso com a venda dos espartilhos, cintas e outros produtos determinou a necessidade de ampliação das instalações fabris e da atividade da sociedade, originando a inauguração do edificio dos Recreios em 1914.


Este edificio foi projectado por Guilherme Eduardo Gomes, o mesmo autor da Casa Aprígio Gomes, imóvel também situado na Amadora e que se encontra igualmente classificado. A sua inauguração ocorreu no dia 17 de agosto de 1914 e destinava-se à realização de festas, mas também à apresentação de preças de teatro. O edificio era vincadamente neoclássico, destacando-se a fachada principal com os seus três registos cenográficos, o último com frontão triangular que, antigamente, apresentava uma ampla composição escultórica no tímpano. Esta fachada sofreu alterações ao longo dos anos, desaparecendo toda a requintada decoração sobre os vãos do 1º piso, assim como o primitivo jardim rodeado pelo elegante gradeamento. No andar nobre, ainda é possivel observar um pano central rasgado por um janelão de arco de volta perfeita, que dá acessoa um varandim de secção ondulante e baluastrada de cantaria.


A partir da década de 1920, este salão deste edificio era utilizado por colectividades culturais e de recreio locais, através de cedência ou aluguer, recebendo no seu palco representações organizadas por companhias ou troupes dos teatros de Lisboa, multiplicando-se igualmente as sessões de cinema. A sala iria beneficiar de transformações ajustadas às necessidades de renovação da programação, sendo o palco ampliado em profundidade e instalada uma cabine de projecção no exterior, direccionada para o recinto de patinagem, inaugurando assim a época de patinagem e os espectáculos cinematográficos ao ar livre, em sessõesgratuitas para os sócios, mantendo-se assim atè à sua reconversão como espaço de exibição cinematográfica.
Para além da fachada, o restante edificio sofreu alterações ao longo do tempo, especialmente na década de 1940 do Séc. XX, quando a fábrica e os recreios foram vendidos. Por essa altura, este edificio seria convertido numa sala de cinema, sob a batuta do Arq.º Raul Rodrigues Lima, passando a dispor de 600 lugares, sendo que a sala era dotada de um balcão construído em betão.


Em 1979, numa altura em que cidade da Amadora encontrava-se em franco crescimento, este espaço (com a designação de Cine Plaza) sofreu remodelações, em que foram obturados dois arcos na fachada e destruído parte do recheio de mobiliário interior.


Recordado pela sua exclusividade enquanto espaço de entretenimento, pelo seu luxo e aura de nobre edificio deteriorado, era ao velho "Piolho da Amadora" (como era carinhosamente alcunhado), se associava o ritual de ir ao cinema, vivida por várias gerações como um acontecimento festivo, convivial, significativo e memorável. Muitos guardam na memória a imagem de uma sala um pouco degradada, mas que mantinha o seu balcão, plateia, camarotes e frisas e as cadeiras velhas. Com a nova designação, este espaço começou a apresentar estreias cinematográficas. No entanto, a sua função de cinema iria acabar no final da década de 1980, devido à sua inviabilidade económica. 

Este espaço seria adquirido pela Câmara Municipal em 1987, tendo sido lançado um concurso para a sua renovação, ficando esta a cargo do Arq.º Conceição Silva. Contudo, somente em 1997, o novo espaço abriu as portas, ostentando uma alteração total de interior e exterior, destacando-se as superficies em vidro, que prolongaram o edificio.


Actualmente, funciona como um espaço cultural polivalente, atuando como um polo produtor e difusor de cultura, nomeadamente nas áreas do teatro, dança. música, cinema, realização de exposições temporárias, cerimónias e actos intitucionais, atividades de associativismo local, entre outras.

Compreende um auditório, dois estúdios de dança/sala de ensaio, um salão nobre e um logradouro.

No auditório, realizam-se espectáculos de teatro, dança. música, cinema, sessões solenes, conferências, apresentações, reuniões e ensaios. Totalmente equipado a nível de luz, som e multimédia, tem capacidade total para 251 pessoas (215 na plateia e 36 no balcão). No que respeita ao equipamento cénico, o auditório é constituído por varas para suspensão de cenários e equipamento de luz, panejamentos (cortinas, pernas, bambolinas, fundos), ciclorama suspenso, tela elétrica de projeção para cinema, tela suspensa de projeção para seminários, linóleo preto/branco, régies de projeção de som, luz e multimédia, uma sala para reuniões e formação, quatro camarins individuais e dois camarins coletivos, com sistema de comunicação interna e um acesso técnico direto de viaturas à zona de palco.

O Salão Nobre tem como função a vertente de espaço expositivo, incindindo sobretudo nas artes plásticas. Paralelamente, este espaço recebe ainda eventos tão diversos como reuniões, apresentações, conferências e animações musicais. A lotação também é variável consoante o tipo de eventos a realizar, nomeadamente: nas exposições temporárias tem uma lotação máxima de 100 pessoas; nas apresentações, conferências e reuniões tem uma lotação máxima de 60 pessoas e nas animações musicais/teatrais/performances tem uma lotação máxima de 50 pessoas.

O logradouro constitui um espaço exterior com aproximadamente 450m², que pode acolher ocasionalmente, eventos de música, teatro, exposições, projeções de vídeo, entre outros.


Fontes:

- TOMAZ, Sofia Duarte Rodrigues. Cultura e Representações da Cultura. Uma leitura das práticas e políticas culturais a partir do estudo de caso Recreios da Amadora. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2014.
- http://www.cm-amadora.pt/cultura/recreios-da-amadora.html
- http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/10116588
- http://cinemaaoscopos.blogspot.com/2014/08/recreios-da-amadora-amadora.html
- https://bloguedelisboa.blogs.sapo.pt/recreios-desportivos-da-amadora-48680
- http://www.lugaresesquecidos.com/forum/viewtopic.php?t=1559
- http://caisdoolhar.blogspot.com/2011/02/tambem-amadora-tinha-o-seu-piolho-em.html
- http://amigosdaamadora.blogspot.com/p/amadora-antiga-os-recreios-da-amadora.html
https://www.facebook.com/Amadora-para-todos-803315509761040/

Cinemas do Paraíso: Amadora - Cine-Teatro Lido

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Continuando pela cidade da Amadora, chegamos ao maior cinema existente nesta área, de seu nome Cine-Teatro Lido, na Avª D. Nuno Álvares Pereira.

Este edificio foi projectado pelo Arq.º Antero Ferreira e inaugurado em 1962, em pleno Bairro de Janeiro às portas de Queluz, com os filmes "E tudo o Vento Levou" e a "A Volta ao Mundo em 80 dias". O surgimento deste cine-teatro deveu-se ao industrial José de Sousa, responsável por grande parte do manto urbano daquela zona, e que decidira inserir um moderno edificio nesse aglomerado de prédios, onde se pudessem realizar espectáculos de teatro e cinema.



A sala era composta por um vasto palco, conforme a Lei para localidades com mais de 10.000 habitantes, um ecrã majestoso com som de estreofónica total e um sistema de ventilação e aquecimento, que prometia oferecer o indispensável conforto aos 1137 lugares que faziam parte da sua lotação. Era apoiada por dois bares e foyers, que não deixavam dúvidas quanto à dimensão do projecto. Tinha uma plateia e dois balcões.

No auge do seu enorme sucesso nas décadas de 1960 e 1970, foi uma das salas de espectáculos mais importantes da área metropolitana de Lisboa e, talvez, do país. Enquanto sala de cinema, chegou a presenciar autênticas romarias de pessoas que vinham de toda a linha de Sintra. Pelo seu palco, também passaram alguns dos mais importantes actores do país.

Na década de 1970, o edificio sofreu alterações significativas e inaugurou uma galeria comercial, bem como uma segunda sala de cinema, designada de Cine-estúdio, com 333 lugares. 


Na década de 1980, o cine-teatro foi novamente alterado e passou a habitar a co-existência de cinema no balcão e discoteca na plateia, originando um fenónemo da noite e tardes de fim-de-semana, sendo considerada uma das maiores discotecas da Europa, com capacidade para 2500 pessoas. Até Adam Curry, o famoso apresentador do programa "Countdown" (quem não se lembra deste loirinho bonitão?) frequentou esta discoteca em todo o seu esplendor.


 








A chegada do mercado do video nos finais dos anos 80, levou ao encerramento do cinema, que deu origem a uma igreja em 1995. Com o aparecimento de outras superficies comerciais mais modernas, todas as actividades do edificio encerraram, excepto o restaurante e um pequeno bar.

Em 2009, um incêndio destruiu por completo o seu interior, que se encontrava devoluto há algum tempo. 



Apesar da zona envolvente ter ganho um belo parque e novos locais de interesse actualmente, o edificio do Cine-Teatro Lido continua em ruínas, lentamente a definhar perante os olhos dos municipes de Amadora, esperando pela reabilitação ou demolição.






 Fontes:
http://cinemaaoscopos.blogspot.com/2014/08/lido-amadora.html
https://www.facebook.com/872361909520918/posts/o-cine-teatro-lido-projectado-pelo-arquitecto-antero-ferreira-foi-inaugurado-a-2/877899252300517/
https://www.youtube.com/watch?v=mZq6oaaeDw4
https://www.youtube.com/watch?v=ZwPkbLgz8Ho

Cinemas do Paraíso: Amadora - Cineteatro D. João V

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Continuando o passeio pelas memórias cinematográficas espalhadas pelo Concelho de Amadora, faço uma paragem na Damaia, onde se situa o CineTeatro D. João V


Tentando aproveitar a lei, implementada na década de 1960, que permitia rentabilizar uma determinada construção existente, utilizando-a para os mais diversos fins, não só habitacionais, mas também artísticos, o Cineteatro D. João V foi inaugurado em 27 de Agosto de 1966 na Damaia. O autor do seu projecto foi o Arq.º Luís Soares Branco e construído por Duarte Caneças, um dos construtores que se lançou ao betão e cimento "quando a Damaia era uma freguesia esquecida (...), quase uma terra de ninguém".

Este espaço possui um painel de baixo relevo do Mestre Domingos Soares Branco (1925-2013), considerado um dos mais importantes escultores portugueses da segunda metade do Séc. XX. Um caledoscópio de cores, definindo a composição normal, enobrecendo o molde e a sua textura com verniz sobre a superficie do cimento, o seu material definitivo.


Durante a sua primeira existência, que durou até aos finais da década de 1990, acolheu diversos espectáculos, como concertos musicais, o Festival Internacional de Magia e de Música Popular Portuguesa, entre outros.

A degradação do edificio e a sua desadequação face às exigências actuais de uma sala de espectáculos, levou à recuperação do mesmo e da sua imagem original, integrando-a num desenho contemporâneo e equilibrado, procurando relacionar-se com a envolvente, ao mesmo tempo que se procuraram  reunir as condições técnicas ideais para o funcionamento das diversas artes performativas. No projecto actual,manteve-se uma certa identidade incorporada pelo espaço, não recusando a mudança e a readaptação, mas sim preservando memórias com a manutenção dos mármores pré-existentes.




Remodelou-se a zona do palco, com 252 metros quadrados e uma boca de cena de 16,50 metros, melhorando e muito as condições técnicas dos espectáculos, bem como os pavimentos e tectos, o que aperfeiçou a acústica da sala. A plateia também foi alterada, garantindo o conforto do espectador, com alguns lugares destinados a pessoas de mobilidade condicionada e assegurando as condições de segurança e melhorando os ângulos de visualização. Adaptou-se a régie e construiram-se duas cabines de tradução simultânea, bem como uma sala de projecção com dimensões adequadas.




Este espaço é composto por 388 lugares e encontra-se completamente equipado, incluindo sistema de projecção digital. Também possui uma zona de foyer/Bar, permitindo uma utilização polivalente (exposições, workshops, apresentações, etc.).


Este espaço reabriu no dia 5 de setembro de 2015, com o espectáculo "Correr o Fado" do QuorumBallet, a companhia de bailado oriunda do Concelho.


FONTES:


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